Nem sei se eu deveria me expor ao ponto de responder ao texto e a alguns comentários sobre o publicado: “Não me organizem. Crítica do arrastão na última Praia”. Esse texto não ofende só a mim, mas a todo o trabalho de varias pessoas que construíram esse ato. Não vou me rebaixar usando jargões da mais inteira burrice, como foi usado pela nosso “amigo” que ao meu ver é um dos líderes do Movimento dos Sem Lideres. Quanto a parte do Beiçola queria dizer que adorei, nunca tive um apelido e tenho grande apreço por esse personagem que é genial e tão bem interpretado por esse grande ator: Marcos Oliveira, valeu pelo elogio.
Bom, acho que não há necessidade de baixar o nível para alguém falar que discorda disso ou daquilo que foi feito na manifestação de sábado. Bastava apenas, que fossem a reunião de organização do ato. Reunião essa que foi divulgada nesse próprio blog e no grupo de e-mail da praia. Segue o link da postagem do dia 23 de março, aconselho todos a ler esse texto convocatório que deixa bem claro que o ato seria organizado e que estva sendo puxado pelos artistas: https://pracalivrebh.wordpress.com/2010/03/23/dia-27-de-marco-dia-mundial-do-teatro-e-dia-nacional-do-circo/
Vou explicar algumas coisas sobre a manifestação já que as maiorias dos críticos não foram à reunião de organização. Eu e todos do meu grupo (Cia. Crônica de Teatro) e vários outros artistas estamos já a muito tempo, reunindo freqüentemente para discutir questões relacionadas a políticas publicas de cultura e sobre os ataques dos governos ao setor artístico. Em uma de nossas reuniões propomos de fazer uma manifestação no dia 27 de março, pois compreendíamos que não havia nada para comemorar nesse dia, foi inclusive eu que defendi de irmos para a praia e unir as forças e as reivindicações, já que a Praça da Estação é também um espaço cultural de nossa cidade. Na manifestação que aconteceu em frente à Fundação Municipal de Cultura no dia 19 de março, conversei com uma pessoa, sobre nossa vontade de que à praia estivesse junta com a gente no dia 27, falei de fazermos a concentração do ato lá e sairmos em passeata juntos. Falei que queríamos marcar um dia pra conversar e organizar melhor isso. Essa pessoa incluiu meu e-mail do grupo de discussão da praia e então mandei um e-mail imediatamente, no mesmo dia 19, explicando melhor a proposta. Varias pessoas responderam achando muito positivo. Na reunião em que o critico reacionário não foi, esteve uma pessoa que participa ativamente da praia e falou que queria saber melhor sobre o que seria feito para que o desfile que iria acontecer não atropelasse a proposta da manifestação uma vez que estaríamos juntos: PRAIA E MANIFESTAÇÃO DOS ARTISTAS. Ou seja, o ato não foi só a Praia da Estação, mais a união dela com outros movimentos, inclusive movimentos políticos, sociais, sindicais e etc.
Na reunião de organização estiveram os representantes das bandeiras que estavam no ato e ainda, representantes do vereador Arnaldo Godoy e do deputado André Quintão (PT). Não houve nenhuma restrição em levar bandeiras. O carro de som não foi pago, foi cedido pelo sindicato dos professores que também cuidou dos alvarás para realização do ato, de forma a não dar espaço para questionamento da policia. O que respondi ao critico quando ele falou para que eu saísse do carro de som foi: que aconteceu uma reunião e que o carro de som não estava ali a toa, tinha um objetivo, um propósito maior, mais especificamente de falar as coisas que tiramos em reunião, de denunciar para a população o que estava acontecendo. Conclusão: eu não era um babaca falando sozinho, estava falando o que foi conversado e acordado entre varias pessoas. Fora eu, falaram no carro de som: O Carlute do MTG – Movimento Teatro de Grupo / Rogério Coelho do Coletivoz – Sarau da Periferia / Edna Sindicato dos Professores / Mariah da Anel – Assembléia Nacional dos Estudantes Livre e umas quatro pessoas da praia que ao invés de falarem contra o inimigo em comum ficaram tentando criar brigas internas.
Quanto ao caminhão pipa: quando o caminhão chegou, o policial venho furioso pra cima de mim e disse que se molhasse um PM ou a guarda municipal, ele não se responsabilizaria pelo que pudesse acontecer e alguém teria que ser responsável por responder legalmente a isso. Como não se tratava de organizar alguém especificamente, pois o ato foi organizado desde o inicio, inclusive com a presença de representante da praia na reunião. Fui até o caminhão passar o recado para as pessoas que já estavam ali próximos ao caminhão, quando o reacionário chegou com seu bafo de cachaça e alterado pelo álcool gritando, salivando em minha cara, lamentável essa situação, pensei! Expliquei a situação para outras duas pessoas que estavam ali enquanto ele continuava gritando: “em mais de dois meses nunca foi assim e etc. e tal”, então eu, como pessoa consciente, orientei, não no sentido de proibir ninguém ou de privar o uso da mangueira, mas de organizar e orientar a todos sobre o cuidado para que a água não fosse para criar tumulto. Também para que pessoas que estavam cheias de cachaça e tomadas por atitudes reacionárias não fizesse uma merda e complicasse todo mundo.
Não se trata de medo de policia, onde eu vivo a gente aprende desde cedo a lhe dar com ela, a ser jogado na parede, tomar geral, ter a casa invadida. Sei muito bem o que esses caras fazem pra defender essa merda de estado incompetente que não da conta nem de alimentar o povo direito. Eles só precisam de um motivo e naquela manifestação tinha entre varias pessoas, mulheres, crianças, tinha uma mulher grávida, uma que sofreu acidente de carro recentemente e esta com a costela trincada… Pergunto ao critico: você se preocupou com isso? Pensou em observar a sua volta? Ainda éramos um numero de pouco mais 150 pessoas, confrontar a policia pra que?
Tiramos na reunião que muita gente que ta criticando não foi. Que a manifestação seria simbólica, faríamos uma panfletagem e uma passeata denunciando o que esta acontecendo para a população: Praça da Estação, o FIT e etc. Se não ficasse um responsável no caminhão pipa, para orientar e organizar a questão poderia ocorrer uma besteira e ai todo mundo ai se foder por causa de uma pessoa IRRESPONSAVEL. Não se trata de te organizar, mas de ter RESPONSABILIDADE com as pessoas que estavam ali, principalmente com as crianças e com as mulheres.
Bom, se não deu pra esclarecer, não sou de ficar escondido por trás fórum virtual. A gente chama uma reunião e tira isso a limpo, de forma presencial, olho no olho, falo tudo que falei aqui. Ou se quiserem, ou preferir, passa na Pastelaria do Beiçola fica aqui na minha quebrada, são só dois ônibus do centro pra cá, o pastel é uma delicia e o povo uma maravilha, te garanto que serão recebidos com imenso respeito e ao contrario de como vocês tratam quem não pensa igual a vocês. Não estou falando de todos. Muita gente aqui entendeu a importância de unir forças contra um inimigo em comum ao invés de ficarmos um contra o outro.
Pra fechar, acho um erro essa picuinha com as bandeiras, esse ato foi unificado e unimos todos que estavam querendo atacar o mesmo inimigo, ou seja, a prefeitura de Belo Horizonte. Já vivemos em uma sociedade dividida de mais, ocupada de mais com a novela das oito e com o BBB. Acho um avanço quando conseguimos unir forças para um bem comum e contra um inimigo em comum.
Agora vou questionar também:
Acho que é um crime mentir para as pessoas, é isso que esta acontecendo, um crime. A praia não tem líder? Não é organizada? Ora, então porque dizer que não deve ter bandeiras? Isso já não é uma regra, uma limitação? Mas ela não é livre? Como então que vocês excluem o fato de pessoas com ideologias diferentes e até de partidos participarem e querer levar sua forma de manifestar?
Nosso “amigo”, o critico e outros são grandes lideres. Eles dizem que a praia é isso, é aquilo, que quem não molha não é participante. Isso também já não é estabelecer critérios? Não se posicionar significa se posicionar. Nem sabão neutro não é neutro. Existe uma posição e uma organização sim, existem lideres sim, e o pior é que vocês escondem isso das pessoas, ocultam a verdade e fazem todos acreditarem numa farsa que é: não tem organização. A Praia é sim, LEGITIMA, o movimento é legitimo, mas algumas pessoas são uma farsa, são criminosos, com características excludentes e critérios antidemocráticos.
Que democracia é essa? Que liberdade é essa? Que eu não posso expor meus posicionamentos políticos e ideológicos? Que eu não posso levar uma bandeira? Que eu não posso pensar diferente de alguns? Gente, ta parecendo ditadura.
O pior é que vocês estão criando uma organização que usa as pessoas para fazer guerrinha ideológica, com quem tem posição política/ideológica que vocês não concordam. Ao invés de discutir as manobras do inimigo, ficam fazendo manobra pra jogar uns contra os outros. Porque não discutir ao invés disso, outras questões mais importantes e expandir o movimento também outros lugares de preferência lugares mais carentes: praças das periferias que estão jogadas. Um projeto verdadeiro em que os governos devam compreender e tratar toda praça como equipamento cultural público, equipando a mesma para receber eventos. Porque os bancos das praças são virados um de costa pro outro, ou de frente pra rua? Porque a reforma da Praça Sete tirou o caráter popular que ela tinha, tirou o espaço de exposição artesanal? Porque a Praça da Liberdade é da vale? Chega lá e faz uma apresentaçãozinha que se quer pra ver, é proibido sabiam?
É isso pessoal, espero ter esclarecido essa situação. Peço desculpas a todos pelo mal entendido, pois acho que foi isso que aconteceu. Quero deixar bem claro novamente: A PRAIA É UMA COISA E A MANIFESTAÇÂO FOI OUTRA. No dia 27 era para estar todos unidos, independente de posições ideológicas ou políticas, mas com uma causa em comum: Denunciar os ataques da prefeitura com a cultura e a população em geral. Do mais, apesar de eu sem discordar como falei acima, eu nunca levei bandeira, nem carro de som, nem nada do tipo para a praia, meu grupo sempre foi levando até a família. Mas dessa vez era um ato dos artistas, movimentos sociais, sindicais e etc. que se concentrou na Praia para unir forças. Para isso fizemos ate uma reunião para discutir o que seria feito, aconselho novamente que leiam a chamado que foi colocado nesse próprio blog. https://pracalivrebh.wordpress.com/2010/03/23/dia-27-de-marco-dia-mundial-do-teatro-e-dia-nacional-do-circo/
Se forem continuar os ataques, prefiro que seja de forma presencial.
Atenciosamente,
Jessé Duarte (O Beiçola)