r e e n t r â n c i a s n o c o r a ç ã o d a
t o r m e n t a
Existem infinitos modos de se argumentar as convulsões humanas, seus sacolejos, aqueles momentos de descarga em que nada se perde e qualquer ato pode atingir seu limiar mais sereno ou explosivo. Não só a “fome por bugigangas”, mas também os estágios mais frágeis da fome, da falta, do desespero. Não só a guerra, mas também estados de paz dissimulada, que colocam as guerras sob o véu dos acordos. Porém, convenhamos, esses argumentos vêm necessariamente de um pôr-se- à-distância e posicionar-se sobre os acontecimentos. O que normalmente se pode esperar de quem narra sobre as emergências das revoltas é que esse alguém está caindo em especulações, justamente por se querer distante da tormenta. É incapaz de explicá-la por não estar no seu coração, o lugar onde estão suas próprias explicações. Suas motivações não podem ser universais, pulsam como tudo que é orgânico, tudo que respira compondo essa musicalidade espontânea e compassada de paixões.
É momento despertar.
…estas ruas
transbordam
em corpos
indignados…
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