Archive for 27 de outubro de 2010

PBH reforça guerra aos pichadores

outubro 27, 2010
Em oito meses, 7 mil metros quadrados foram limpos por voluntários; catálogo vai identificar as gangues
Fernando Zuba – Repórter – 21/10/2010 – 03:37

Mais de mil litros de tinta já foram utilizados para a renovação dos locais atingidos

Belo Horizonte intensifica o combate às pichações. Cerca de 2.400 voluntários se mobilizaram para limpar a cidade, em pontos distintos. Em oito meses, foram realizadas dez ações de despiche. Mais de 7 mil metros quadrados de área foram recuperados. Ao todo, 1.084 litros de tinta, material doado, foram utilizados para a renovação dos locais atingidos pelo vandalismo. Em dois meses, a Guarda Municipal conclui um catálogo que contém acervo fotográfico com as pichações espalhadas pela cidade, uma forma de tentar identificar com maior rapidez os autores das ações.
Até agora já foram catalogadas cerca de 2 mil fotos com as pichações, somente nos limites da Avenida do Contorno. Segundo a analista de políticas públicas da Secretaria Municipal de Segurança, Rosane Corgosinho, “o catálogo com as ‘assinaturas’ dos suspeitos ajuda na identificação da autoria e na busca e apreensão, a partir da investigação em meios eletrônicos, sobretudo a internet”, assinalou.
A ação faz parte do Movimento Respeito por BH, desenvolvido em parceria pelas polícias Militar e Civil, Ministério Público Estadual e Prefeitura de Belo Horizonte. Ele consiste numa articulação que objetiva cuidar e preservar do patrimônio da cidade. O movimento utiliza três estratégias: sensibilização, despiche e repressão qualificada.
A identificação dos autores é feita pelo videomonitoramento. Atualmente, a Guarda Municipal é a responsável pela vigilância do patrimônio público (escolas, postos de saúde, locais de grande movimentação) por meio de 43 câmeras. A Polícia Militar possui 157 equipamentos “Olho Vivo”, que também identificam pichadores.
Quando a pessoa é flagrada e detida pela polícia, a punição pode variar, quando maior de 18 anos, de três meses a um ano de detenção, além de aplicação de multa, que pode chegar a até R$ 50 mil. No caso de menores infratores, eles normalmente cumprem medidas socioeducativas, representadas pela limpeza do local pichado.
Já a “sensibilização” envolve a definição do perfil do pichador e a sua ressocialização. O trabalho é feito em parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria de Segurança de Minas, para retirar o foco do jovem do vandalismo. Ele é incentivado a participar de atividades de caráter cultural e de responsabilidade socioambiental.

 

Polícia cria equipe especial para combate a vandalismo

A Divisão de Meio Ambiente da Polícia Civil está criando uma equipe de policiais para investigar os crimes de pichação. O investigador Alexandre Tadeu explicou que, inicialmente, o monitoramento está se concentrando em áreas de maior incidência na capital. “O banco de dados que está sendo concluído junto à Guarda Municipal será ampliado. Além de catalogar as pichações e os locais mais danificados, os vândalos também serão identificados”, revelou.
De janeiro até setembro deste ano, foram presos mais de 260 pichadores em Belo Horizonte. No banco de dados da Polícia Civil não constam registros do mesmo período de 2009. Na semana passada, agentes da Guarda Municipal prenderam quatro homens e dois menores que pichavam um muro na Rua Cônego Floriano, no Bairro Sagrada Família, Região Leste da capital.
Com os suspeitos foram apreendidas mais de 50 latas de tinta, rolos e baldes. Além disso, oito pichadores tiveram a prisão temporária decretada por um juiz criminal da capital. Dois, já identificados pela polícia, conseguiram fugir. A pichação, além de vandalismo, é crime ambiental. O Ministério Público pediu a prisão dos envolvidos também por formação de quadrilha, o que pode aumentar a pena para até três anos.

Fora com a feira? O que mais vai junto na poeira?

outubro 27, 2010
Sabe aquela feirinha ali no centro, na avenida Paraná com Amazonas? A PBH quer passar esfregão lá também! Pergunta: nesse varredouro, no meio da poeira, como ficam o Quarteirão do Soul (que acontece ali aos sábados) e aquele Mercado Novo (conhece? não, não é o Central!)? Mais medidas higienistas do projeto Centro Vivo. A matéria abaixo foi publicada um mês atrás.

PBH dá ultimato aos feirantes

http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdEdicao=1803&IdCanal=6&IdSubCanal=&IdNoticia=152344&IdTipoNoticia=1

Donos das barracas deverão encerrar as atividades até o dia 31 de dezembro

Depois de mais um dia de trabalho, a vendedora de sapatos Júlia Carvalho de Almeida, 41, passa pelas barracas verdes da praça 1º de Maio, no centro de Belo Horizonte, e enche as sacolas de verduras, legumes e frutas. Mas a partir do ano que vem, ela terá que procurar pelos alimentos em outro lugar. As oito barracas que vendem ainda biscoitos, cereais e temperos serão desativadas devido às obras de revi-talização da praça, contemplada pelo programa Centro Vivo. Os comerciantes têm até o dia 31 de dezembro para deixar o local.

Júlia prefere comprar no local porque os produtos custam bem mais barato do que nos sacolões e feiras livres próximos ao local onde mora, em Betim, na região metropolitana da capital. “Lá no bairro Citro-lândia, uma caixa de morango custa R$ 3,49. Por aqui, compro por R$ 1,49. E os alimentos são sempre de boa qualidade”, conta a vendedora, que ainda não sabe onde vai passar a fazer a feira semanal.

As conhecidas barracas do ABC, entre a rua Tupis e a avenida Paraná, fazem parte do Comboio do Trabalhador, projeto da Prefeitura de Belo Horizonte que oferece produtos alimentícios a preços mais baixos para a população.

Opção. Em junho, a Secretaria Municipal Adjunta de Abastecimento (Smaab) comunicou aos feirantes que as concessões não seriam renovadas.

Segundo o secretário municipal adjunto de abastecimento, Flávio Duffles, a prefeitura ofereceu aos comerciantes, por meio de licitações, oportunidades de trabalho em outros pontos da cidade. Nos últimos meses, foram realizadas concorrências públicas para o Mercado do Cruzeiro, Feira Coberta do Padre Eustáquio e Central de Abastecimento Municipal, no bairro São Paulo, além de outros 19 locais do programa Sacolões ABasteCer. Os feirantes da praça 1º de Maio, porém, não participaram dos processos.

“Em outubro, será aberto uma nova concorrência para os 26 espaços que não foram preenchidos no Cruzeiro, no Padre Eustáquio e na Central de Abastecimento. Essa é a alternativa”, declarou o secretário.

Os comerciantes chegaram a fazer uma proposta de revitalizar a região com recursos próprios. Mas o projeto não foi aceito pela prefeitura. “Eles vieram com essa ideia agora, quando estava tudo decidido. Eles nunca se propuseram a melhorar antes. A região sempre foi muito suja”, ressaltou Duffles.

Os feirantes já colheram mais de 5.000 assinaturas de clientes que protestam contra a retirada das barracas. Mas, segundo a prefeitura, a decisão é irrevogável.

PROTESTO

Medida é alvo de reclamações

Os comerciantes da região não se conformam com a saída do local. “Tem gente que está aqui há mais de 20 anos. Todo mundo que sai do trabalho passa aqui antes de ir para casa. Isso que estão fazendo é uma atitude em desfavor da população”, reclama Sirlene Gil Viana, dona de uma barraca de alhos, que há 12 anos trabalha no local.

De acordo com os feirantes, cerca de 200 pessoas poderão ficar sem emprego, direta ou indiretamente.

O Comboio do Trabalhador funciona em locais fixos e com pontos itinerantes que atendem, principalmente nos fins de semana, os bairros mais carentes de Belo Horizonte. Mais de 1 milhão de pessoas são atendidas mensalmente, com a comercialização de aproximadamente 10 mil toneladas de alimentos.

Já o programa Sacolões ABasteCer, popularmente conhecidos como ABC (sigla para “Alimentos a Baixo Custo”), comercializam de 20 a 25 tipos de hortifrutigranjeiros a um preço máximo de R$ 0,69 o kg, além de cereais, doces caseiros, biscoitos e laticínios.

A Secretaria Municipal Ajunta de Abastecimento (Smaab) é responsável por fiscalizar os preços, a qualidade e a variedade dos produtos. Cerca de 380 mil pessoas são atendidas todo mês, com uma média mensal de 3,4 t comercializadas.

A Smaab possui outros 17 projetos ecologicamente sustentáveis. Eles integram o cardápio da merenda escolar e de famílias de baixa renda, a partir das hortas comunitárias. (TN)