O decreto: decerto um ótimo pretexto para adicionarmos uma pitada de fermento à criatividade que ainda nos resta. Pavio aceso no marasmo das idéias acanhadas. O prefeito (quem diria?), detonador de todo esse processo, nunca poderia imaginar o alcance dos ecos de mais uma dessas medidas tomadas na surdina dos festejos de virada do ano e das férias escolares.
Em contrapartida às lamentações sobre o que nos foi negado com o decreto, a exemplo dos mega-eventos e atrações de grande porte, podemos olhar pelo lado das possibilidades de novas ocupações da praça que isso acabou gerando. Qual seria o motivo pra guardarmos durante tanto tempo nosso espírito inventivo dentro de nossas gavetas empoeiradas? Faltaria espaço para a plena efetivação das mil e uma possibilidades de driblar o tédio? Taí a praça do Espação. Arena para invenções de moda coletivas, palco aberto para todo e qualquer protagonista-propositor, ponto de encontro de seres vivos que apesar de habitarem o mesmo ovo belo-horizontino nunca trocaram palavra entre si.
A Praça, assim como a cidade, está ávida para ser ocupada. Já não mais abarca somente um sentido possível, que é o de conter uma estação. Quer ser também praça da Ação, praça da Inspiração, da Conversação, da Diversão e da Intervenção. Quer ser a praça das praias e dos saraus, dos encontros de malabarismo e das largadas das Bicicletadas, dos banhos na fonte, das brincadeiras de roda e das partidas de pelada, enfim, de tudo aquilo que estivermos dispostos a imaginar e realizar, dos eventos de todas e quaisquer naturezas.
julho 11, 2010 às 8:47 pm |
[…] A partir de agora, a PBH se obriga a lidar com um impasse saído de seu próprio ventre. Na sua pretensão de combater depredações ao patrimônio público (suponhamos que se possa de fato crer nisso), trouxe à tona uma série de atrativos ao vandalismo, afetou olhares que se voltaram diretamente à sua peça preciosa. Pois arrancar algo a alguém, privatizar sem restrições, confiscar e colonizar do início ao fim é, também, acender pavio “no marasmo das idéias acanhadas”. […]
julho 15, 2010 às 6:21 pm |
[…] Começou a façanha e a PBH se obriga a lidar com um impasse saído de seu próprio ventre. Na sua pretensão de combater depredações ao patrimônio público (suponhamos que se possa de fato crer nisso), trouxe à tona uma série de atrativos ao vandalismo, afetou olhares que se voltaram diretamente à sua peça preciosa. Pois arrancar algo a alguém, privatizar sem restrições, confiscar e colonizar do início ao fim é, também, acender pavio “no marasmo das idéias acanhadas”. […]